domingo, 21 de abril de 2013

O controle dos esfíncteres

 
Estávamos á espera do bom tempo para dar início a esta “tarefa”.
Muitos de vós interrogar-se-ão se o/a vosso/a filho/a está preparado/a para largar as fraldas. Segundo Brazelton, a criança por volta dos dois anos possui capacidade fisiológica para controlar o ânus e a bexiga, conseguindo aguentar a urina e as fezes durante algum tempo (obviamente curto). Claro que cada criança tem o seu ritmo e que devemos respeitar. A melhor forma de percebermos se a criança está preparada para esta etapa prende-se com a sua maturidade fisiológica, seu desenvolvimento motor ( a criança tem de saber andar…), sócio-afetivo(a criança quer imitar o adulto, quer fazer coisas sozinha…)e oral (o domínio linguístico permite á criança entender o que o adulto lhe transmite, assim como se fazer entender por este quando necessita de usar o bacio/ a sanita).


Meio a brincar, meio a sério, começámos a experimentar sentar as crianças mais velhas na sanita nosmomento de higiene antes e após o almoço. A ideia era de observar a reação das crianças perante esta situação. Ficamos surpreendidas pela positiva, pois reagiram bem, havendo já crianças a pedir para ir e fazer as suas necessidades fisiológicas neste período. Convêm referir que não ficavam mais do que dez minutos sentadas na sanita.

Na sala esta situação surgiu através de conversas, de observação das crianças da sala dos dois anos, de leitura/visualização de livro que mencionava esta situação.

Mas  para levar mais a sério esta etapa e também para haver sucesso é muito importante a colaboração da família.



Como vamos fazer na creche:Como sabem a casa de banho da creche é pequena e serve dois grupos, o nosso e o da sala dos dois anos,por este motivo quando se inicia a tarefa de usar os bacios estes têm de ser colocados na sala, mas como nós começamos por experimentar pôr as crianças sanita e o nível de aceitação da mesma foi muito positivo, optámos por ir usar os dois elementos, o bacio e a sanita.
Entre as 10h e as 11h – sanita
Após o almoço – sanita

Após o repouso – bacio (porque a esta hora a casa de banho é partilhada em simultâneo com a sala dos dois anos, e nos outros horários costuma ser apenas o nosso grupo).

Esta situação é sempre conversada com a criança, ela é envolvida em todo o processo. A criança que não quiser usar nenhum dos elementos não será forçada, mas continuará a ser estimulada, para que acabe por ter iniciativa.

Os pais serão informados através de registo do “êxito” da criança.

Convém referir que o uso da fralda mantém-se tempo inteiro, até verificarmos que a mesma já não é necessária

Como fazer em casa:
Seria importante que no fim-de-semana a criança seguisse este mesmo horário. Deverão também criar outro horário, como por exemplo quando acorda de manhã e antes de ir dormir (pôr fralda da noite), ou após o jantar.

O elemento a usar, bacio/sanita, fica ao vosso critério, visto que a criança na creche estará familiarizada com ambos. Em caso de utilizar o bacio, o local onde colocar o mesmo fica ao vosso critério. Apenas considero que a criança deve estar vigiada e não deve ter muitos elementos que a distraiam

O tempo a permanecer sentada no início não deverá ser superior a dez minutos, depois a pouco e pouco irão percebendo como é que a criança reage melhor e qual o seu tempo de resposta.

Muito importante:

A roupa da criança deve ser muito prática (por isso é que costumamos esperar pelo bom tempo, menos roupa, menos complicação)

Ø  Não usar cintos, suspensórios, ou outros “apetrechos” que não sejam facilitadores desta tarefa e também da autonomia da criança;

Ø  Os bodies devem ser substituídos por camisolas, para que não caiam para dentro dos bacios/sanitas, para que vestir e despir seja um processo mais fácil;

Ø  Uso dos collants apenas para quando a criança usa saias/vestido;

Ø  Os pais que desejarem podem mudar para as chamadas fraldas “trainer”. Do meu ponto de vista ainda desaconselho o uso de cuecas, pois estamos no início, vamos devagar e tentando não confundi-los;

Ø  Os pais devem ensinar às crianças como se faz, devem conversar, podem mostrar gravuras, livros que mencionam esta nova etapa;

Ø  Todos devemos ter muita paciência e respeitar o ritmo da criança, esta é uma tarefa árdua que exige tempo e calma;

Ø  Todos devemos ser incentivadores e elogiar cada “êxito”;

Ø  Não desistir;

Ø  Todas as crianças devem trazer nas suas mochilas pelo menos duas mudas de roupa completas e adequadas ao tempo atmosférico;

Ø  Comunicar, a família com a equipa da sala e vice versa.

 

(esta situação está apenas a acontecer com as crianças que já completaram dois anos ou que os completam até junho)

O texto é da autoria da educadora, baseado em leitura sobre esta temática.

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